Para deputados, a prisão de Delcídio é 'aparentemente inconstitucional' e, com a medida, o STF acabou criando uma nova modalidade de flagrante, classificado por ele de 'flagrante permanente'
Petistas da Câmara dos Deputados foram surpreendidos com a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), na manhã desta quarta-feira, 25. Ao chegar à liderança da bancada na Casa, eles falavam em "perplexidade", "apreensão" e "indignação". Na avaliação dos parlamentares, não houve flagrante e o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um precedente "perigoso". "É um clima de apreensão. É a primeira vez na República que acontece um fato como este", afirmou o deputado Afonso Florence (PT-BA).
Um dos que passou pela liderança do governo foi o deputado e advogado Wadih Damous (RJ). "É um cenário preocupante e de violação da ordem jurídica. Está se produzindo uma situação de insegurança jurídica no País", avaliou o parlamentar. Para ele, a prisão de Delcídio é "aparentemente inconstitucional" e, com a medida, o STF acabou criando uma nova modalidade de flagrante, classificado por ele de "flagrante permanente".
Ainda de acordo com o deputado, o episódio é "politicamente" gravíssimo e Delcídio deve ficar no mínimo uns dois dias preso. "Imagina daqui para a frente o que os juízes de primeiro grau vão fazer", previu o deputado. De acordo com Damous, se esse tipo de prisão acontece com "um poderoso, imagina com o cidadão comum".
A preocupação dos parlamentares é com a votação das medidas econômicas do governo previstas em pauta na sessão do Congresso Nacional marcada para hoje. "Tendo clima ou não, se der quórum, vai ter que votar", afirmou o deputado Damous. "Entendo que tem que votar", concordou o deputado Florence.
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